sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Volto ao passado, a cada vento que sinto a me acariciar, o reconstruo na minha mente juntando todas as suas cinzas, que recolho do cinzeiro velho do quarto. Cada vez que penso em tudo o que ali passamos, a imagem que se monta é diferente. Depois de um tempo passei a lembrar apenas do seu cheiro: seu rosto já havia se diluído na minha memória, mas a essência ficara. Agora que o cheiro escapou pela porta das minhas emoções, a única coisa que vejo quando tento me lembrar de você é um grande buraco branco, que descubro ser uma fotografia minha, refletida no espelho do quarto. Foi assim que entendi, finalmente: você é o desconhecido de mim.



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