quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ensaio sobre o Medo

Estamos em busca de uma dose violenta de qualquer coisa, mas quando o vento forte chega, insistimos em nomeá-lo de desordem. Bem-aventurados os que são ventania num mundo de máquinas de fazer dinheiro, que morrem sem saber o que é sentir o vento dançar com as árvores, despentear seu cabelo, brincar de voar com as folhas secas.
A ditadura é a da constância. É da pedra, que não se escreve tumulto, Drummond.
Amar uma só vez e pensar tudo uma só vez. Somos assim rebanhos , abandonados pelo pastor à nossa própria sorte, nesse pasto vasto que é o mundo.
Nosso governante? O medo. Ditador e supressor da vida. Por ele muitos amores foram mortos e religiões criadas. Por ele toda moral, toda reputação.
Tudo o que existe, mas não se faz vivo, já foi tocado por ele numa espécie de batismo bizarro à essa existência.
Morre-se por medo e vive-se por medo de morrer.

É por medo de que nada mude que eu não me permito ficar muda.