quinta-feira, 13 de junho de 2013

Cheirar, tremer, gozar a vida na forma de amor dos rebeldes, nas diversas formas de amor, que nos dilaceram quando longe, que nos arrancam grandes pedaços quando distantes. Ver a
cidade e cada canto escuro a pulsar frustração em não poder sentir junto com você o cheiro da chuva que nos lava e agora, contemplar a lua pálida por minha saudade. Ao seu lado emudecer e gritar tudo com meu olhar que você já decifra tão bem. Sabe do meu romantismo sem palavras e do teu 'eu te amo' que, por vezes, não respondo. A luz da manhã surge, resplandecente, a trazer meu sorriso mais iluminado depois de despenteados acordarmos e dormirmos para o mundo. Nascemos enfim, depois de tanta morte diária, nascemos enfim do compartilhar de nossas almas, nascemos de bruços, como o nascituro que se forma, no ventre, mergulhado no líquido da vida, quieto. O parto se dá toda vez que nos amamos. O parto se dá. Nos partimos e já tens a parte de mim que eu mais gosto. O parto acontece, mas dessa vez ao invés do choro ao nascer, o que se decifra são sorrisos bobos de crianças que amam, sem saber muito bem o que seja isso, inconsequentemente. Nascemos enfim do ninho do amor e ao longe

voamos no infinito do nosso olhar, cruzado nos ares
da liberdade.