terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Você está dentro de mim. É como uma parte que em mim adormecia, esperando, serena, a sua chegada. Se o invólucro muda, trago a certeza de que és também essência minha e essa, por ser intrínseca a mim, carregarei por todo o meu existir. És o desconhecido de mim mesma. Parte que tanto amo de mim! Seus olhos são mar que navego sem pressa e sem destino, numa viagem que percorre minha alma. É a água do mar que me vejo refletida e que me mostra mais de mim do que o que eu mesma sei, por vezes me assusto. Seu azul me contagia porque o vejo no céu, no mar e na chuva. O vejo nas coisas indecifráveis, apenas sentidas. Vou dormir e acordo todos os dias olhando para o retrato feito pela sua mão e pela sua alma, que é pra me dar força pra seguir em mais um dia: os olhos fechados, são para não ver e assim, não pensar sobre as coisas que podemos tocar. Os olhos fechados querem apenas sentir e é então que a nudez da alma se faz. Desnudo minha alma e entrego-a inteira: tome-a, que às vezes não a posso suportar apenas em mim! Você me fez observar o mundo e, falar menos. Seu silêncio me diz tanta coisa! Quero ver seu filme favorito. Ler, como quem lê o núcleo da vida, seu livro favorito: suas canções favoritas me fazem chorar. Trazem à superfície meus sentimentos mais profundos, tantas vezes massacrados pela labuta diária. Não, tudo o que te escrevo não traduz o que sinto como eu queria que traduzisse: as palavras nos traem, mas eu insisto em despejá-las, ainda assim, como marca do que vem me agitando tanto. É essa vontade de se dar, que tem me feito gostar mais de mim. É o violino, tocado pelo Joshua me machucando, para depois, me curar. Ouço o violino e sinto seus sentimentos, posso sentir a vibração de cada nota a sair pelos seus traços em forma de desenhos. É minha alma agradecendo por ter te encontrado e assim, me encontrado um pouco mais. É minha alma exalada na vida que te salta, exalada no que sua boca cala, mas teus olhos não. É vida sendo exalada em você e nas estrelas que hoje, me brilham mais.

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