por onde andarás nessa noite de lua pálida e estrelas pouco visíveis?
por onde passeará a passos lentos o teu pensamento?
será que ele vaga por aquela noite monótona de domingo,
quando sentamos embriagadas pelo tédio somente para contemplar-nos?
estarás a essa hora
a passear pelo meu corpo
com o teu pensamento?
Dou um trago.
Trago demoradamente o cheiro do teu cabelo,
preto,
caído distraidamente nos teus ombros,
enquanto admiro a leveza com que eles passeiam ao vento
compro-te uma bebida,
pode ser a cerveja gelada do rapaz da esquina mesmo
contemplo a forma com que bebes a goles lentos
a minha cerveja já acabou
o nosso amor segue
silencioso
prefere o toque às palavras
prefiro você
matéria-viva
sacrifício doce
doença de minha alma
jogo fora a bituca do cigarro
aqui tudo continua intacto
decido dormir
não quero mais esses pensamentos
quero construir novas lembranças
meu amor
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