quinta-feira, 4 de abril de 2013

Indo para o trabalho de manhã, vejo o pássaro se equilibrar, sem dificuldade, no fio que se mantem esticado por dois postes.
Na calçada, as crianças brincam de atravessar a corda suspensa e entrelaçada em duas árvores. Elas abrem os braços na intenção de um maior equilíbrio. Algumas, mais habilidosas, conseguem abaixar e fazer manobras. Ah, o slackline!
Na praça, a noite, uma trupe se apresenta. Pintados, animam a todos enquanto se equilibram: na perna-de-pau, no monociclo; com bolinhas no ar. Agora tudo ao mesmo tempo.
Saindo do bar da esquina, um bêbado não mais se equilibra, tateando as paredes.
Casais tentam equilibrar os motivos da última briga com rapidez, para poderem se amar um pouco mais antes de dormir.
Navios se equilibram no mar. Os carros, no asfalto. O avião, no ar.
O mundo segue se equilibrando e eu, aflita, sigo tentando em vão equilibrar minha mente para assim poder reparar mais no mundo: ela, teimosa, insiste em só se manter pendida para um lado: o seu.
E é vendo o mundo se equilibrar, e te amando cada vez mais que me desequilibro e caio, enfim, aos seus pés.

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