quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

só agora.

Olho-te,
incansavelmente,
enquanto expressa teus desejos e sentimentos mais obscuros
eu decrifro-te não mais enigmático,
foi entregue pelo olhar.
Não fuja.
Não desvie teus olhos dos meus
eu continuo aqui, observando cada movimento seu,
cada centímetro das tuas pupilas inquietas.
Vá até a janela empoeirada que a tanto tempo fechada guarda-te do mundo.
Abra-a.
Olhe.
Olhe todas as pessoas solitárias dentro de suas casas por entre ela.
Veja mais a distante...Olhe!
Olhe todas as crianças que distraidamente jogam futebol na rua, alheias a qualquer problema político-social que possa existir em um outro universo paralelo àquele.
Seus músculos há tanto tempo parados parecem pedir-te descanso apenas ao vê-las,
mas..há tanto tempo passou a descansar, não?
Seus olhos tão acostumados com a escuridão da casa agora à luz do sol parecem cegar-te,
mas o seu calor faz-se ao mesmo tempo tão aconchegante que decidi por fim, ficar ali.

És o primeiro prisioneiro do dia a ser libertado.

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